quinta-feira, 21 de março de 2013

828 - Soneto à mulher só de camisa

Não precisa de mais nada.

Uma mulher só de camisa. Nada mais.
Sem bermuda, calça, calcinha e sutiã.
Cobre só o essencial, mas não o afã
De se descobrir os mistérios demais.

A mulher só de camisa e a nua: Iguais.
Só que esta deixa fora de si um elã
Que naquela sobeja, Há um talismã
Que lhe confere tons muito sensuais.

A camisa pode ser despida. Pra quê?
O que se tapa é igual. Vez que se vê,
Tudo é igual a todas. Acaba a graça.

Aí, desejando a mulher só de camisa,
Quero ultrapassar a tão frágil divisa,
Quando ela beija e a camisa abraça.

Francisco Libânio,
21/03/13, 1:15 PM

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